2003 25 de maio

Argentina tem novo presidente: Kirchner

Justicialistas fazem sucessor e reforçam ascensão das esquerdas do Cone Sul

O justicialista Nestor Kirchner toma posse na Presidência da Argentina, após uma eleição conturbada pela qual chegou ao poder graças à desistência do líder do 1º turno, o ex-presidente Carlos Menem, antes do pleito decisivo. A eleição de Kirchner é parte de uma série de vitórias de candidatos de esquerda na América Latina já a partir do fim do século 20.

Hugo Chávez fora eleito presidente da Venezuela em 1999; Ricardo Lagos, do Partido Socialista, tomara posse como presidente do Chile em 2000. Nos anos seguintes, seriam ainda eleitos Evo Morales, na Bolívia, e Rafael Correa, no Equador.

Kirchner se candidatara à Presidência da República pelo Partido Justicialista, o mesmo do então presidente Eduardo Duhalde. Em 27 de abril de 2003, obtivera 22% dos votos, ficando pouco atrás do ex-presidente Carlos Menem, com 24,3% dos votos válidos, candidatando-se, ambos, a disputar o 2º turno, em 18 de maio. Quatro dias antes da votação, porém, Menem renunciara à candidatura, deixando Nestor Kirchner sozinho na disputa e automaticamente eleito.

Durante a campanha para o 2º turno, Kirchner visitara os presidentes Lula, no Brasil, e Ricardo Lagos, no Chile.

Kirchner nasceu em Río Gallegos, capital da província de Santa Cruz. Antes de chegar à Presidência, militara no movimento justicialista e se opusera à ditadura militar. Em 1987, tornara-se intendente (prefeito) de sua cidade natal e, quatro anos depois, governador de Santa Cruz, com 61% dos votos, reelegendo-se em 1999.

Morreria em 2010, durante o mandato de sua mulher, Cristina Kirchner, que se reelegeria em 2011.