2008 8 de julho

Políticos e empresários caem na mira da PF

Com mais recursos e autonomia, órgão deflagra operação Satiagraha e prende 14 num dia

A Polícia Federal deflagra a operação Satiagraha, que resulta na prisão de alguns dos banqueiros, políticos e empresários mais influentes do país. Logo no início, a Satiagraha prende o banqueiro Daniel Dantas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, o empresário Naji Nahas e outras 14 pessoas. As acusações envolvem lavagem de dinheiro, corrupção, evasão de divisas, sonegação fiscal e formação de quadrilha.

O período de 2003 a 2010 foi marcado pela independência e autonomia da Polícia Federal, com recursos necessários às operações especiais. O orçamento do órgão cresceu de R$ 1,8 bilhão em 2002 para R$ 4,7 bilhões em 2013, com a incorporação de mais de 3 mil agentes por concurso público. O governo também investiu em inteligência e armamentos, com aquisição de equipamentos de última geração.

Nos oito anos do governo Lula, a Polícia Federal realizaria 1.273 operações, envolvendo investigações de longo prazo e mobilização de agentes para efetuar várias prisões simultâneas, com o saldo de 15.754 pessoas detidas. Até 2014, aconteceriam 2.195 operações.

Outra novidade do período seria o elevado número de autoridades e políticos, tanto da situação como da oposição, investigados, denunciados e presos, incluindo parlamentares, juízes e ministros.

Mais de 2 mil servidores públicos seriam presos pela Polícia Federal de 2003 a 2014. Em 2013, as investigações de crimes de colarinho branco suplantariam as ações contra o narcotráfico e o contrabando, e os contratos sob investigação da PF somariam R$ 15,59 bilhões em recursos públicos.

Em 19 de agosto de 2015, o Supremo Tribunal Federal anularia a operação Satiagraha, por ilegalidades na condução de coleta de provas.