2010 31 de outubro

Uma mulher chega ao comando do país

Com 56% dos votos, Dilma Rousseff é eleita a primeira presidenta do Brasil

Com 55,8 milhões de votos (56,05%) no segundo turno, Dilma Vana Rousseff, do PT, é eleita presidenta do Brasil. Primeira mulher a ocupar o cargo, ela vence nas urnas o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), que obtém 43,95% dos votos.

Durante a ditadura, Dilma integrou o Comando de Libertação Nacional (Colina) e, depois, a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), dois grupos de esquerda que defendiam a luta armada como forma de combater o regime militar. Ficou presa por três anos (1970-1972), período em que foi submetida a tortura.

Com a redemocratização do país, Dilma começou a construir sua carreira política. Primeiro, como secretária da Fazenda de Porto Alegre, na gestão do pedetista Alceu Colares, de 1985 a 1988; depois, como secretária de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, na administração do petista Olívio Dutra, de 1999 a 2002.

Em 2003, foi escolhida por Lula para ocupar a pasta de Minas e Energia em seu governo; em 2005, assumiu o posto de ministra-chefe da Casa Civil, em substituição a José Dirceu. Braço direito do presidente Lula em seu segundo mandato, foi indicada para concorrer à sucessão presidencial.

Com a candidatura impulsionada pela alta avaliação positiva do governo e do próprio presidente, superior a 80% — fruto do crescimento econômico com distribuição de renda e da ampliação das políticas públicas na área social — Dilma obteve 46,9% dos votos no primeiro turno, contra 32,6% de Serra e 19,3% de outra ex-ministra, Marina Silva (PV), que emergia como importante força política.

O pleito de 2010 também foi marcado pela ampla eleição de mulheres à Câmara dos Deputados. Entre os dez candidatos mais votados naquele ano, três são mulheres: Manuela d’Ávila (PCdoB/RS), com a quarta maior votação (482 mil votos), Ana Arraes (PSB/PE), quinta mais votada, com 387 mil votos, e Bruna Furlan (PSDB/SP), a décima, com 270 mil votos.

Em 2014, Dilma seria reeleita ao derrotar, no segundo turno, o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB).