1961 17 de abril

Fracassa invasão da CIA à Baía dos Porcos

Fidel e a população cubana derrotam ataque financiado pelo governo dos EUA

Cerca de 1.500 exilados cubanos que viviam nos Estados Unidos invadem a baía dos Porcos, em Cuba, com o objetivo de ocupar o sul da ilha e obter o apoio da população cubana para a derrubada do regime de Fidel Castro.

Os anticastristas tiveram apoio logístico norte-americano e foram treinados pela Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) na Guatemala. Fidel, no entanto, tinha agentes infiltrados na operação e deslocou tropas para o sul.

A operação foi mal executada e não obteve nenhuma simpatia da população cubana, que apoiou o governo revolucionário. A invasão foi derrotada com facilidade. Os contrarrevolucionários foram capturados, e os EUA tiveram de pagar indenizações a Cuba para libertá-los.

A tentativa de invasão de Cuba não duraria mais do que dois dias, mas o espetacular fiasco traria grande constrangimento ao governo norte-americano.  

No poder havia menos de três meses, o democrata John Kennedy deixaria para a opinião pública de seu país a imagem de um líder incapaz e inseguro. Para mudar essa impressão, Kennedy endureceria o discurso anticomunista na América Latina, que levaria ao bloqueio econômico de Cuba e à remoção da Organização dos Estados Americanos (OEA) daquela ilha.

Alguns fatores de ordem histórica e conjuntural contribuíram para a investida norte-americana na baía dos Porcos. Sete anos antes, os EUA haviam contribuído para a derrubada do governo de esquerda de Jacobo Árbenz, na Guatemala.

A ação lhes conferira confiança para investidas em outros países, dentro da estratégia norte-americana na Guerra Fria — aumentar sua presença no mundo e intervir para conter o avanço do campo de influência da União Soviética. Havia ainda o temor de que movimentos nacionalistas e antinorte-
-americanos se inspirassem na experiência cubana e eclodissem.