1995 24 de novembro

'Carlota Joaquina' ressuscita o cinema

Com o filme de Carla Camurati, país retoma a produção cinematográfica

O filme “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil” marca a retomada do cinema nacional, estagnado desde a extinção da Embrafilme e de outros órgãos do setor cultural pelo governo Collor em 1990.  Produzido com baixo orçamento pela diretora Carla Camurati, o filme trata com bom humor um momento histórico importante do Brasil Colônia.

A rainha dona Maria 1ª, tida como louca, é apresentada como tal. Seu filho, o príncipe regente dom Joao 6°, é caracterizado como uma figura patética e obtusa, incapaz de gerir um império, embora tenha conseguido escapar da invasão napoleônica, transferindo-se às pressas com sua corte para o Brasil. Carlota Joaquina, mulher do príncipe, é uma princesa excêntrica e ambiciosa, que não suporta o marido e tem casos extraconjugais. Os personagens principais, Carlota Joaquina e dom João 6°, são interpretados pelos atores Marieta Severo e Marco Nanini.

O filme inovou pela abordagem de um período histórico pouco debatido, produzindo um olhar de estranhamento do Brasil contemporâneo sobre o seu passado. Foi, porém, muito criticado – e não só por monarquistas e lusófonos – pelos retratos caricaturais dos personagens históricos.