1966 23 de Setembro

PM comanda o Massacre da Praia Vermelha

Policiais invadem Faculdade Nacional de Medicina e agridem centenas de estudantes

Durante a madrugada, policiais militares derrubam o portão da Faculdade Nacional de Medicina (atual UFRJ), na Praia Vermelha, e invadem o prédio onde estavam cercados desde a véspera cerca de 600 estudantes. Concentrados no terceiro andar, os jovens foram obrigados a atravessar um corredor polonês e espancados indiscriminadamente até a saída da faculdade. Foi o primeiro grande confronto entre forças da repressão e estudantes depois do golpe de 1964 e ficou conhecido como Massacre da Praia Vermelha.

O confronto havia começado na véspera, quando a polícia reprimiu a passeata pelo Dia Nacional de Luta convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), entidade considerada ilegal pela ditadura. Em várias capitais, os universitários protestaram contra a cobrança de anuidades nas universidades públicas, o projeto de reforma universitária inspirado pelo governo dos EUA e a ditadura que se institucionalizava no país.

Acuados pela polícia, os estudantes se refugiaram no prédio da Praia Vermelha, que foi cercado pelas tropas. A reitoria e uma comissão de pais tentou negociar com a polícia a saída pacífica dos alunos. Diante do impasse, cerca de 600 manifestantes decidiram passar a noite no local. A tropa invadiu a faculdade às 3h45 da madrugada.

Apesar da repercussão política negativa para a ditadura, o Massacre da Praia Vermelha serviu para intimidar novas manifestações estudantis, que só voltariam a ocorrer em grande escala no ano de 1968.