1941 7 de dezembro

Aviões do Japão atacam base naval dos EUA

Bombardeio a Pearl Harbor, no Havaí, leva Roosevelt a declarar guerra aos japoneses

Aviões japoneses atacam de surpresa a base naval norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí, sem prévia advertência ou declaração de guerra. O ataque destrói ou danifica ao menos 21 navios e 347 aviões e deixa cerca de 2.400 mortos e 1.200 feridos. 

O ataque era esperado. Em 27 de setembro de 1940, o Japão havia assinado aquilo que ficaria conhecido como o Pacto Tripartite, com a Alemanha e a Itália. A partir de então esses países formaram o Eixo, com o objetivo de conquistar territórios militarmente e destruir o comunismo soviético.

Fazia anos que Estados Unidos e Japão disputavam a hegemonia do Pacífico e os mercados asiáticos. Único país que não se rendera ao colonialismo europeu e norte-americano, o Japão, em 1931, conquistara a Manchúria (no leste da Ásia). Seus planos expansionistas ficaram ainda mais claros quando, seis anos depois, invadira a China. Em 1940, foi a vez da Indochina, então colônia francesa. Na mesma época, o Japão pressionou o Reino do Sião (atual Tailândia) a proibir em seu território a passagem de mercadorias — norte-americanas, principalmente — em direção à China.

Em resposta, o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, decretou o embargo às exportações de ferro e metais destinadas ao Japão. Em seguida, congelou os bens dos japoneses em território americano e incluiu o petróleo entre os produtos a sofrer embargo.

As tensões estavam se tornando insuportáveis, e Roosevelt sabia disso — tanto que acompanhava o movimento da marinha japonesa, recebendo informes de mensagens secretas interceptadas e decodificadas.

O ataque japonês foi avassalador, e Roosevelt foi informado minutos depois. No dia seguinte, o país declararia guerra ao Japão. Rapidamente, receberia o apoio do Canadá, que também entraria na guerra.

No Brasil, Getúlio emitiu nota oficial, declarando solidariedade aos Estados Unidos. Roosevelt agradeceu e pediu-lhe autorização para enviar, a cada uma das bases militares nordestinas — Recife, Natal e Belém —, cinquenta técnicos, pois o Pacífico estava interditado pelos japoneses, e os norte-americanos precisariam parar em Natal para reabastecer suas aeronaves antes de atravessar o Atlântico.

Na verdade, porém, não eram técnicos, eram fuzileiros navais, o que causou desconforto nos meios militares brasileiros. O general Cordeiro de Farias, que era simpático aos nazistas (assim como Dutra e Góis Monteiro), chegou a ordenar a um grupo de fuzileiros norte-americanos que ficasse nos aviões até que chegassem orientações do Ministério da Guerra.

Dutra e Góis Monteiro se opunham ao rompimento com os países do Eixo, alegando que o país não estava aparelhado para defender seu território em caso de ataque. Mas não demorou para que a Alemanha e a Itália também declarassem guerra aos Estados Unidos, e logo circularia a informação de que os nazistas planejavam invadir o Brasil.

No dia 28 de janeiro do ano seguinte, o governo brasileiro romperia formalmente com o Eixo.