O Brasil no mundo

Cooperação Sul-Sul

(Foto: Prefeitura de São Francisco do Conde/Divulgação)

O Brasil se tornou uma das vozes mais ativas no diálogo Sul-Sul, estreitando relações não apenas com a América Latina, mas também com a África e o Oriente Médio.

Em 2003, o Brasil classificara a África como estratégica para nosso comércio exterior e cooperação internacional. Durante o governo Lula, foram inauguradas 19 das 37 embaixadas que o país mantém no continente, onde também empresas brasileiras de grande porte aumentaram sua presença, como a Petrobras e a Vale, e especialmente as de construção civil, como Odebrecht e OAS.

O comércio do Brasil como os países africanos passou de US$ 6 bilhões, em 2003, a US$ 20,5 bilhões, o que fez do continente o nosso quarto maior parceiro comercial, atrás apenas de China, Estados Unidos e Argentina e à frente da Alemanha.

Para esse salto no comércio, foi necessária a renegociação da dívida de países africanos — a lei brasileira emperrava a celebração de contratos com países devedores. No total, o Brasil perdoou dívidas no valor de US$ 1 bilhão, decisão que valeu a pena comercialmente. As exportações brasileiras para a África saltaram de US$ 2,4 bilhões, em 2002, para uma média de US$ 9,2 bilhões por ano entre 2007 e 2010.

Alunos internacionais na inauguração da Unilab, em São Francisco do Conde. Foto: Divulgação
Alunos internacionais na inauguração do campus da Unilab em São Francisco do Conde, Bahia (Foto: Prefeitura de São Francisco do Conde/Divulgação)

Com a renegociação da dívida da Nigéria, aquele país se tornou uma das principais origens das importações brasileiras, cujo volume aumentou 1.044% entre 2000 e 2011, com destaque para o petróleo.

A cooperação entre Brasil e África incluiu também a construção conjunta de conhecimento agrícola, com destaque para o papel da Embrapa, e atividades na área de segurança nacional na Namíbia.

Os países de língua portuguesa, como Angola e Moçambique, receberam atenção especial na cooperação comercial e, principalmente, educacional. Exemplo disso foi a criação, em 2010, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), instituição pública sediada no Ceará.

Ao mesmo tempo, o Oriente Médio tornou-se importante mercado importador de commodities brasileiras, em especial aves, açúcar, minérios e cereais. Egito e Arábia Saudita aumentaram cinco vezes o volume de importação de produtos brasileiros entre 2002 e 2013, enquanto Omã multiplicou esse comércio 36 vezes no período.

Em 2005, foi criada a Cúpula América do Sul Países Árabes (Aspa), mecanismo de cooperação inter-regional política e econômica, com a participação de 34 países.

 

Estudantes africanos da Unilab falam sobre a experiência de estudar no Brasil: